O objetivo deste trabalho envolve teorias, conceitos, argumentos e idéias que não foram e não são elaborados na reflexão pedagógica e educacional, mas que contribuem no sentido de fornecer elementos para uma compreensão crítica do ato de produção do conhecimento em educação.
Esse trabalho é realizado a partir da indicação, ainda inicial e provisória, de alguns elementos presentes na análise marxista sobre o processo de produção do conhecimento científico. Os principais argumentos da epistemologia marxista compreendem, de um lado, o entendimento de que o método científico para o conhecimento da realidade não começa no real simples, ou seja, no real sensível, mas no real como concreto de pensamento, momento que a realidade aparece com todas as suas determinações históricas e, por outro lado, o entendimento que partir do real como concreto de pensamento significa conceber o objeto de conhecimento não como sendo o real empírico, mas como sendo o real concreto. Essas categorias, a rigor, vão significar uma forma totalmente contrária à forma tradicional de pensar o trajeto de conhecimento do real, especialmente no que diz respeito às preocupações metodológicas na prática em educação.
“Portanto, o conhecimento científico do real começa com a produção crítica das suas determinações, produção que se processa ao nível do teórico, ao nível das categorias. Por ser crítica de uma produção teórica anterior, tal produção só pode ser alcançada quando já existe um desenvolvimento teórico razoável disponível. É daí que o método para produzir esse conhecimento “se eleva do abstrato ao concreto.” (Cardoso, 1990: 32).
Karl Heinrich Marx foi economista, filósofo e socialista alemão, Karl Marx nasceu em Trier, capital da província alemã do Reno em 5 de Maio de 1818 e morreu em Londres a 14 de Março de 1883. Seu pai, Hirschel, era advogado e conselheiro de justiça, o qual, em 1824, abandonou o judaísmo, para se converter ao cristianismo. A razão desta atitude terá ficado a dever-se a problemas econômicos e profissionais, dado que os cargos públicos foram então vetados a judeus na Renânia. A sua mãe, E. Pressburg, era descendente de rabinos estudou na universidade de Berlim, principalmente a filosofia hegeliana, e formou-se em Iena, em 1841, com a tese Sobre as diferenças da filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro. Em 1842 assumiu a chefia da redação do Jornal Renano em Colônia, onde seus artigos radical-democratas irritaram as autoridades. Em 1843, mudou-se para Paris, editando em 1844 o
Primeiro volume dos Anais Germânico-Franceses, órgão principal dos hegelianos da esquerda. Entretanto, rompeu logo com os líderes deste movimento, Bruno Bauer e Ruge.
Em 1844, conheceu em Paris Friedrich Engels, começo de uma amizade íntima durante a vida toda. Foi, no ano seguinte, expulso da França, radicando-se em Bruxelas e participando de organizações clandestinas de operários e exilados. Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. Voltou para Paris, mas assumiu logo a chefia do Novo Jornal Renano em colônia, primeiro jornal diário francamente socialista. Depois da derrota de todos os movimentos revolucionários na Europa e o fechamento do jornal, cujos redatores foram denunciados e processados, Marx foi para Paris e daí expulso, para Londres, onde fixou residência. Em Londres, dedicou-se a vastos estudos econômicos e históricos, sendo freqüentador assíduo da sala de leituras do British Museum. Escrevia artigos para jornais norte-americanos, sobre política exterior, mas sua situação material esteve sempre muito precária. Foi generosamente ajudado por Engels, que vivia em Manchester em boas condições financeiras. Em 1864, Marx foi co-fundador da Associação Internacional dos Operários, depois chamada I Internacional, desempenhando dominante papel de direção. Em 1867 publicou o primeiro volume da sua obra principal, O Capital. Dentro da I Internacional encontrou Marx a oposição tenaz dos anarquistas, liderados por Bakunin, e em 1872, no Congresso de Haia, a associação foi praticamente dissolvida. Em compensação, Marx podia patrocinar a fundação, em 1875, do Partido Social-Democrático alemão, que foi, porém, logo depois, proibido. Não viveu bastante para assistir às vitórias eleitorais deste partido e de outros agrupamentos socialistas da Europa. A influência das idéias políticas de Marx foram enormes até finais do século XX, quando começou a derrocada de regimes políticos que se reclamavam das suas idéias, como a antiga União Soviética. Este fato não impede que se lhe reconheça a importância das mesmas, assim como do seu método de análise social.
Para se entender melhor as várias linhas de pensamento em que Karl Marx baseava-se é necessário conhecermos alguns conceitos que envolvem a vida econômica social e política.
CONCEITOS
Capitalismo – Tem seu início na Europa, com a migração dos feudos para a cidade entre o século XI e XV. A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia assume o controle econômico e político.
As sociedades vão superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento) e a força do capital se impõe. Surgem as primeiras teorias econômicas: a fisiocracia e o liberalismo. Deste ponto, para a atual realidade econômica, pequenas mudanças estruturais ocorreram em nosso fúnebre sistema capitalista.
Socialismo-A História das Idéias Socialistas possui alguns cortes de importância. O primeiro deles é entre os socialistas Utópicos e os socialistas Científicos, marcado pela introdução das idéias de Marx e Engels no universo das propostas de construção da nova sociedade. O avanço das idéias marxistas consegue dar maior homogeneidade ao movimento socialista internacional. Pela primeira vez, trabalhadores de países diferentes, quando pensavam em socialismo,estavam pensando numa mesma sociedade - aquela preconizada por Marx - e numa mesma maneira de chegar ao poder.
Comunismo-As idéias básicas de Karl Marx estão expressas principalmente no livro O Capital e 'O Manifesto Comunista, obra que escreveu com Friedrich Engels, economista alemão. Marx acreditava que a única forma de alcançar uma sociedade feliz e harmoniosa seria com os trabalhadores no poder. Em parte, suas idéias eram uma reação às duras condições de vida dos trabalhadores no século XIX, na França, na Inglaterra e na Alemanha. Os trabalhadores das fábricas e das minas eram mal pagos e tinham de trabalhar muitas horas sob condições desumanas. Marx estava convencido que a vitória do comunismo era inevitável. Afirmava que a história segue certas leis imutáveis, à medida que avança de um estágio a outro. Cada estágio caracteriza-se por lutas que conduzem a um estágio superior de desenvolvimento. O comunismo, segundo Marx, é o último e mais alto estágio de desenvolvimento. Para Marx, a chave para a compreensão dos estágios do desenvolvimento é a relação entre as diferentes classes de indivíduos na produção de bens. Afirmava que o dono da riqueza é a classe dirigente porque usa o poder econômico e político para impor sua vontade ao povo. Para ele, a luta de classes é o meio pelo qual a história progride. Marx achava que a classe dirigente jamais iria abrir mão do poder por livre e espontânea vontade e que, assim, a luta e a violência eram inevitáveis.
O Anarquismo foi à proposta revolucionária internacional mais importante do mundo durante a segunda metade do século XIX e início do século XX, quando foi substituído pelo marxismo (comunismo). Em suma, o anarquismo prega o fim do Estado e de toda e qualquer forma de governo, que seriam as causas da existência dos males sociais, que devem ser substituídos por uma sociedade em que os homens são livres, sem leis, polícia, tribunais ou forças armadas. A sociedade anarquista seria organizada de acordo com a necessidade das comunidades, cujas relações seriam voltadas ao auto-abastecimento sem fins lucrativos e à base de trocas. Com o surgimento do marxismo, entretanto, uma proposta revolucionária mais adequada ao quadro social vigente no século XX, o anarquismo entrou em decadência.
PRIMEIRAS OBRAS DE MARX
Entre os primeiros trabalhos de Marx, foi antigamente considerado como o mais importante o artigo Sobre a crítica da Filosofia do direito de Hegel, em 1844, primeiro esboço da interpretação materialista da dialética hegeliana. Só em 1932 foram descobertos e editados em Moscou os Manuscritos Econômico-Filosóficos, redigidos em 1844 e deixa os inacabados. É o esboço de um socialismo humanista, que se preocupa principalmente com a alienação do homem; sobre a compatibilidade ou não deste humanismo com o marxismo posterior, a discussão não está encerrada. Em 1888 publicou Engels as Teses sobre Freuerbach, redigidas por Marx em 1845, rejeitando o materialismo teórico e reivindicando uma filosofia que, em vez de só interpretar o mundo, também o modificaria. Marx e Engels escreveram juntos em 1845 A Sagrada Família, contra o hegeliano Bruno Bauer e seus irmãos. Também foi obra comum A Ideologia alemã (1845-46), que por motivo de censura não pôde ser publicada (edição completa só em 1932); é a exposição da filosofia marxista. Marx sozinho escreveu A Miséria da Filosofia (1847), a polêmica veemente contra o anarquista francês Proudhon. A última obra comum de Marx e Engels foi em 1847, publicado em fevereiro de 1848, O Manifesto Comunista, breve resumo do materialismo histórico e apelo à revolução, este foi baseado em um rascunho de Engels chamado de princípios do comunismo, era acessível às massas ao contrário dos outros trabalhos de Marx.
Com 12 mil palavras, foi terminado em um mês e meio. A idéia básica do Manisfesto Comunista está resumida neste período “comunistas abertamente declaram que seus objetivos só podem ser atingidos através da superação de todas as condições sociais existentes. Que as classes dominantes tremam perante uma revolução comunista. Os proletários não têm nada a perder, exceto seus grilhões. Eles têm um mundo a ganhar. Trabalhadores de todos os países uni-vos”.
O 18 Brumário de Luís Bonaparte foi publicado em 1852 em jornais e em 1869 como livros. É a primeira interpretação de um acontecimento histórico no caso o golpe de Estado de Napoleão III, pela teoria do materialismo histórico. Entre os escritos seguintes de Marx Sobre a crítica da economia política em 1859 é embora breve, também uma crítica da civilização moderna, escrito de transição entre o manuscrito de 1844 e as obras posteriores. A significação dessa posição só foi esclarecida pela publicação (em Moscou, 1939-41, e em Berlim, 1953) de mais uma obra inédita: Esboço de crítica da economia política, escritos em Londres entre 1851 e 1858 e depois deixados sem acabamento final. Em 1867 publicou Marx o primeiro volume de sua obra mais importante: O Capital.
É um livro principalmente econômico, resultado dos estudos no British Museum, tratando da teoria do valor, da mais-valia, da acumulação do capital, a pedra fundamental de sua teoria. Em o Capital, Marx fazia sua análise mais profunda e completa da sociedade capitalista e apontava para a injustiça da exploração do proletariado pela burguesia. O operário vende sua força de trabalho e durante uma parte da jornada de trabalho, trabalha para sustentar sua família (salário); durante outra parte da jornada trabalha gratuitamente para o proprietário dos meios de produção. Este trabalho gratuito cria a mais-valia, fonte de riqueza da classe burguesa. O Capital criado pelo trabalho do operário oprime o trabalhador e arruína a pequena produção criando um exército de desempregados, garantindo o baixo preço do trabalho assalariado. A produção em grande escala destrói a pequena produção tanto no campo da agricultura quanto no campo da indústria, como resultado disso o capital concentra-se cada vez mais nas mãos de um pequeno número de pessoas e cresce o exército de desempregados de reserva. Cresce, assim, a anarquia da produção a corrida louca aos mercados, as crises e a escassez de meios de subsistência para as massas da população.
Ao fazer aumentar a dependência dos operários relativamente ao capital, o regime capitalista cria a grande força de trabalho unido o que no futuro,quando a luta de classes atingirem seu ápice com o aparecimento da consciência de classe, o proletariado destrua o estado burguês e instaure a ditadura do proletariado, que organizará a produção e a distribuição de bens para que depois atingi-se o comunismo,a sociedade sem classes.Marx reuniu documentação imensa para continuar esse volume, mas não chegou a publicá-lo. Os volumes II e III de O Capital foram publicados por Engels, em 1885 e em 1894. Outros textos foram publicados por Karl Kautsky,um socialista amigo de Engels como volume IV (1904-10).
Marx se destacou na época com várias filosofias como o materialismo dialético, materialismo histórico e o existencialismo, neste contexto filosófico podemos citar a educação dialética que traz contribuições na área da educação, assunto ao qual desenvolvemos este trabalho.
A EDUCAÇÃO DIALÉTICA
Esta tendência educacional apareceu no Brasil a partir da década de 1970 e foi fortemente influenciada pela ideologia baseada nas idéias de Karl Marx (1818-1883), sociólogo e economista alemão, que escreveu grande parte de sua obra na Inglaterra. Marx foi influenciado pela dialética do filósofo alemão George Wilhelm Friederich Hegel (1770-1831).
Mas, ao contrário de Hegel, que via na dialética o movimento racional que nos permite ultrapassar uma contradição, Marx faz da dialética um método de análise da realidade socioeconômica de uma época, como um todo articulado, atravessado por contradições específicas, entre as quais a luta de classes. Para ele a dialética é também o método do materialismo e do processo histórico. Assim, ao contrário do liberalismo que vê o papel do Estado como um harmonizador dos conflitos, o marxismo acredita que o Estado administra os conflitos existentes num grupo social, sempre em favor dos grupos dominantes, ou seja, dos que detêm a posse dos meios de produção. Para ele, quem é dono dos meios de produção, controla o Poder. Em outras palavras, a classe dominante coloca o Estado a serviço da manutenção do status quo.Segundo Marx, para se compreender as partes é necessário ter uma visão do todo, já que o todo é maior que a soma das partes.
Dessa forma, para conhecer o processo educacional é necessário, antes, compreender a estrutura da sociedade onde a escola existe. Para ele, a sociedade é formada por uma estrutura (os meios de produção, como a terra, a indústria os bancos e o comércio) e uma superestrutura. Os que dominam a estrutura, em conseqüência, dominam também a superestrutura, constituída pelos aparelhos ideológicos, que procuram justificar a manutenção da estrutura, como a família, a escola, a religião e os meios de comunicação social. Assim, como na sociedade liberal os meios de produção estão nas mãos da classe capitalista, a função da superestrutura é o de justificar e reproduzir essa sociedade. Ora, a educação é parte da superestrutura de controle usada pelas classes dominantes. Por isso, ao aceitar as idéias passadas pela escola, a classe dos trabalhadores (que Marx chamava de classe proletária) cria uma falsa consciência, que a impede de perceber os interesses de sua classe. Como conseqüência, no capitalismo, a educação é um meio que leva à dominação de uma classe sobre a outra. No caso da educação, o conceito reprodução significa que a escola prepara as crianças das famílias proprietárias para continuar sendo detentoras dos meios de produção e os filhos das famílias que não possuem esses bens (os proletários) para que continuem vendendo sua força de trabalho. E a escola realiza a alienação dos alunos no processo educacional de duas maneiras: impondo hegemonicamente as idéias dos detentores do poder (alienação) e excluindo as classes subalternas do domínio do conhecimento do processo dos bens de produção (apropriação). Para os teóricos da escola dialética o professor, mesmo sem saber, é um agente da ideologia dominante.
Qual seria a solução? Para os marxistas, já que a escola é parte de uma estrutura e contribui para reproduzir essa estrutura, o único meio de tornar a escola uma força de mudança social seria modificar a estrutura da própria sociedade. Ou seja, organizando uma sociedade socialista, onde não existiriam classes sociais e, portanto, os conflitos desapareceriam. Para Marx, nessa nova sociedade, trabalho e educação devem estar associados.
É a chamada educação politécnica, onde o aluno receberia um conhecimento integrado, constituído de conhecimento intelectual, preparo físico e ensino profissional. Não é por acaso que a tendência educacional com base na dialética marxista ficou conhecida como pedagogia do conflito ou pessimismo pedagógico (GOMES, 1988).
Durante a Idade Média, o bem mais precioso, isto é, que dava ao estamento superior o domínio sobre o restante da sociedade era a posse da terra. No liberalismo econômico o poder vem da posse dos meios ou bens de produção, também chamado de capital. Assim, este sistema econômico ficou conhecido como capitalismo e os proprietários particulares dos meios de produção de capitalistas. De outra parte, o marxismo teve grande influencia na obra de diversos pensadores educacionais contemporâneos que – embora nem todos sejam marxistas – acabaram tendo participação importante na configuração das teorias e políticas educacionais emergentes. É o caso de intelectuais como Pierre Bordieu, Louis Althusser e Jean-Claude Forquin, na França; Michael Young e Basil Bernstein, na Inglaterra; Michael Apple, Henry Giroux e Peter McLaren, nos Estados Unidos; José Gimeno Sacristán, na Espanha; e António Nóvoa e Boaventura de Sousa Santos, em Portugal.
Muitos pensadores da educação brasileira, como Paulo Freire, também foram influenciados pela dialética de Karx Marx. As idéias desses intelectuais acabaram levando ao aparecimento no Brasil de uma nova tendência educacional, desde o início da década de 1990. Esse novo enfoque ficou conhecido como Teoria Crítica da Educação.
Ainda é uma tendência emergente, mas poderá exercer grande influência nas políticas públicas educacionais de viés dialético, a serem implementadas a partir das primeiras décadas do século XXI. A Teoria Crítica representa o aparecimento das primeiras propostas brasileiras de concepção da educação. Ela considera a pessoa concreta, inserida na sua realidade (que pessoa vou educar? para viver em que sociedade?). Desse ponto de vista, o enfoque sociológico supera o pedagógico. Na organização escolar ela absorve elementos das linhas tradicional e cognitivista.
Exemplos: como na escola tradicional, são estabelecidos objetivos, mas o enfoque agora está também no processo e só não no produto. Para a Teoria Crítica, o principal objetivo da escola é a formação do aluno para exercer sua cidadania e não apenas formar um profissional integrado no mercado de trabalho.
E assim como no cognitivismo, o professor é um estimulador da aprendizagem, aqui age também como um interventor, durante o processo dessa aprendizagem. A avaliação é qualitativa, mas marca outra mudança: deixa de analisar somente o aluno e procura avaliar também o currículo, a escola e até o sistema educacional.
Seu principal teórico no Brasil foi o Professor Paulo Freire (1921-1997). Para ele (1996; 1997), a educação pode fazer das pessoas donas da história ou acomodá-las ao mundo como um animal. A educação que apenas deposita conhecimentos no aluno (que Freire chamava de educação bancária) é monológica, ou seja, unidirecional, do professor para o aluno. Isto pode conduzir à opressão, porque nela os estudantes se tornam objetos e não sujeitos da aprendizagem. A educação que ele classificava como libertadora ou emancipatória deve ser:
Dialógica, ou seja, o professor ao mesmo tempo em que ensina, aprende com a riquezacultural que o aluno traz do ambiente onde vive.
Problematizadora, isto é, os temas escolhidos para estudo devem estar de acordo com a realidade social vivida pelo aluno.
Crítica, no sentido de ser formadora de cidadania, dando consciência da responsabilidade social e política do educando.
Voltada para a relação reflexão e ação, ou seja, para a práxis (prática-teoria-prática): o aluno vem para a escola com sua experiência de vida (a prática), recebe na escola o saber elaborado ou erudito (a teoria) e ao voltar para sua realidade tem uma nova prática, agora enriquecida pela teoria.
Para Paulo Freire (1999) a escola tem uma função conservadora, já que reflete e reproduz injustiças da sociedade. Mas, ao mesmo tempo, é uma força inovadora, já que o professor tem uma autonomia relativa.
A contribuição do marxismo para a educação tem de ser considerada em dois níveis: o do esclarecimento e da compreensão da totalidade social, de que a educação é parte, incluindo as relações de determinação e influência que ela recebe da estrutura econômica, e o específico das discussões de temas e problemas educacionais. Conforme Marx a educação deve ser mudada para que se possa alterar a sociedade, ou a transformação social é a primeira condição para a transformação educativa?Marx afirmava que uma dificuldade peculiar liga-se a esta questão. De um lado, seria necessário mudar as condições sociais para se criar um novo sistema de ensino; de outro, um novo sistema de ensino transformaria as condições sociais.
Para Marx, a transformação educativa deveria ocorrer paralelamente à revolução social. Para o desenvolvimento total do homem e a mudança das relações sociais, a educação deveria acompanhar e acelerar esse movimento, mas não encarregar-se exclusivamente de desencadeá-lo, nem de fazê-lo triunfar. Marx opunha-se a qualquer currículo baseado em distinções de classe. Defendia a educação técnica e industrial, mas não um vocacionalismo estreito, essas idéias tiveram um impacto posterior na educação, especialmente no que diz respeito à educação tecnológica.
No entanto, uma das possibilidades de viabilizar a superação das dicotomias existentes e da emancipação do ser humano reside na integração entre ensino e trabalho. A integração entre ensino e trabalho constitui-se na maneira de sair da alienação crescente, reunificando o homem com a sociedade.
No entanto podemos dizer que nosso trabalho direcionou-se na pesquisa de várias bibliografias, internet e demais trabalhos envolvidos por diversos autores para que pudéssemos expor aqui as idéias de Karl Marx, que influenciaram vários filósofos e que nos dias de hoje ainda tem grande influência. Embora praticamente ignorado pelos estudiosos acadêmicos de sua época, Karl Marx é um dos pensadores que mais influenciaram a história da humanidade. O conjunto de suas idéias sociais, econômicas e políticas transformaram as nações e criou blocos hegemônicos. Conforme nossa pesquisa a respeito de Karl Marx pode-se notar que muitas de suas previsões ruíram com o tempo, mas o pensamento de Marx exerceu enorme influência sobre a história. MARX e ENGELS em suas várias obras não dedicaram nenhuma em especial à educação, mas ao longo de suas obras foram surgindo análises e críticas sobre diversos aspectos da educação e da sociedade. Acreditavam que se houvesse qualificação, as pessoas poderiam assumir um determinado posto e isto só se daria através do ensino. Isto ainda existe até hoje, pois nós professores também precisamos nos atualizar para podermos realizar um bom trabalho. Nós, com o tempo somos como a máquina, que se gasta e somos substituídos por outra pessoa. O homem trabalha para o seu próprio sustento e dos filhos e, além disso, precisa de outras coisas para a sua sobrevivência... A classe trabalhadora sempre fica prejudicada em relação ao ensino (educação). Os burgueses (ou classe média) têm o privilégio de poder estudar mais em bons colégios se consequentemente terão bons empregos e melhores remunerações. Desde muito tempo esta história vem se repetindo. Já em 1861 os estudantes protestaram por medidas fiscais que tinham por finalidade privar os pobres ao ensino superior. Acabaram presos e exilados. Os operários reivindicavam a lei que tornasse obrigatório o ensino para as crianças. Trabalho e educação estão interligados. Uma boa educação garantiria uma cultura técnica múltipla, e sendo assim, se formariam homens completos. A educação deveria ser igual para todas as classes e com direitos iguais. Escolas técnicas deveriam ser criadas, garantindo assim, um estudo mais completo e abrindo caminhos para um emprego melhor. Com base nesta leitura, percebemos que até hoje depois de terem se passado tanto tempo, infelizmente, ainda não houve muitos avanços na educação. Estamos a entrar num período de transição paradigmática, no plano epistemológico da ciência moderna para um conhecimento pós-moderno e Marx nos indica a importância de buscar elementos em uma discussão mais aprofundada sobre o significado do trabalho teórico na perspectiva marxista, e demonstra a necessidade da problematização dos pressupostos teórico-metodológicos na produção de conhecimento em educação o qual devemos refletir dentro do processo educacional buscando, assim, respostas concretas e de grande importância nesse processo.
REFERÊNCIAS
*CAMPOS, Judas Tadeu de. Paulo Freire e as novas tendências da Educação. Revista e-Curriculum, PUCSP – SP, Volume 3, número 1, dezembro de 2007.
*Marx, Karl - Textos Sobre Educação e Ensino. Moraes. 1992
*Marx, Karl - Contribuição à Crítica da Economia Política. São Paulo. Martins Fontes. 2003
• Departamento de Filosofia, Edições didáticas Filosofia 2º ano. Rio de Janeiro, 1998.
• CARREIRO C.H. Porto. Marx Está Morto? Rio de Janeiro: EDC. 1980.
• MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. Rio de Janeiro: Garamond.
1998.
• ALENCAR, Chico. Rebeldes com Causa. Rio de Janeiro: Garamond. 1998.
• BATALHA, Wilson S. C. O Declínio dos Mitos e suas Origens. São Paulo: LTR. 1995.
• Enciclopédia Mirador vol. 13. São Paulo. 1976
• Enciclopédia Delta-Koogan Houaiss Digital vol.1. São Paulo. 1997.
• Enciclopédia Larousse Cultural vol. 16. São Paulo. 1998.
• Enciclopédia Digital Master. São Paulo: GLLC. 1998.
• Enciclopédia Almanaque Abril – CD-ROM, 1998.
* Cardoso, M.L. (1990). Para uma leitura do método em Karl Marx: Anotações sobre a “Introdução” de 1857. Cadernos do ICHF, UFF, ICHF, Rio de Janeiro.
Cardoso, M.L. (1978). Ideologia do desenvolvimento: Brasil: JK-JQ. 2a. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
AUTOR:MARCOS ANTÔNIO DE PAULA
PLÁGIO É CRIME FAVOR CITAR A FONTE...
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