A Crise
Financeira Mundial
O termo Globalização começou a circular
a partir da década de 80 nos meios acadêmicos até firmar-se como um processo
considerado irreversível e necessário. No entanto, o homem do século XXI
presencia uma crise capitalista com impactos mundiais como há muito não se via.
Uma crise capitalista que começou com uma crise financeira norte-americana e
que, pouco a pouco, tomou contornos planetários. Alguns destes impactos puderam e ainda podem ser
observados com a recente crise financeira mundial. Apesar de todos os progressos tecnológicos o
planeta vem convivendo com uma crise financeira sem precedentes. As consequências planetárias desta crise só foram
possíveis em função do status atual do processo de globalização.
Dentre os principais fatos relevantes e
que motivaram a crise financeira mundial que teve início nos Estados Unidos foi
à redução de taxas de juros o que estimulou o comércio de imóveis. Podem-se
citar nesse contexto os títulos “Subprime”, modalidade de empréstimos de
segunda, onde com o aquecimento do mercado imobiliário, as financeiras passaram
a confiar de modo excessivo em pessoas que não tinham bons históricos de
pagamento de dívidas, então, as taxas de juros baixas no país e condições de financiamento
contribuíram com o que os americanos se endividassem para comprar os imóveis,
no entanto, antes de tudo acontecer empresas imobiliárias e financiadoras especializadas
no setor começaram a ter uma grande demanda, com isso, os bancos e gestores de
fundos interessam-se em comprar esses títulos e decidiram transformar os
empréstimos hipotecários em títulos imobiliários gerando uma desenfreada compra
e venda culminando em uma perda generalizada e prejuízos bilionários aos
maiores bancos dos Estados Unidos com a queda do preço dos imóveis e o aumento
das taxas de juros a inadimplência tomou conta do setor imobiliário,
espalhando-se para outros setores da economia norte-americana e a liquidez em
baixa, menos pessoas consumiam, eram contratadas e o lucro das empresas era
menor. Além desse fato outros
desencadearam em seguida como a redução de lucros de várias instituições
financeiras, congelamentos de fundos de investimentos, queda nas bolsas de
valores, quebra de grandes bancos americanos “vilões da crise” que numa luta
desenfreada buscavam o regresso de seus clientes, bancos europeus são nacionalizados,
bancos centrais no mundo divulgam uma série de medidas como a redução de suas
taxas básicas de juros em uma ação emergencial, no entanto, no Brasil o Banco
Central e o Ministério da Fazenda anunciam ações como o aumento do limite de
dedução de compulsórios, disponibilização de valores para a compra de carteira
de bancos menores e a ampliação da linha de crédito para exportações.
A crise financeira mundial que começou no
mercado imobiliário, passando pelos bancos e bolsas de valores, começou afetar
definitivamente a economia real. Os países da zona do euro se encontram pela
primeira vez diante de dura recessão a grande repercussão da crise afeta
diversos setores prejudicando indústria e exportações de automóveis e
caminhões, indústria química, setor de serviços, setor aéreo e agricultura. No
Brasil os impactos foram fortes o país teve uma brusca desaceleração da
atividade produtiva, corte do emprego e da renda, queda da produção industrial,
contudo, não gerou crise cambial, não provocou problemas relevantes nas
finanças públicas e não abalou o sistema financeiro. O governo conservou
capacidade de reação, suficiente para adotar medidas como corte seletivo de
impostos, programas de apoio e de estímulo à economia e redução de juros, a
crise não provocou uma desorganização da economia capaz de impedir que o
governo tomasse iniciativas para atenuar seus efeitos.
A economia mundial pode, ainda, ter mais
um surto e sofrer nova recessão, pois, ela não pode se adequar bem a perda dos
incentivos financeiros que são parte da solução encontrada pelos governos para
ameniza-la. A politica de exoneração fiscal para alguns setores teve um efeito
positivo e representou um conceito de competitividade do país, onde, o consumo
interno é capaz de manter uma rota de crescimento. Por outro, lado os gastos do
governo trazem certa preocupação ao mercado futuro da economia brasileira. A
crise pode ser administrada positivamente, com oportunidades aos países
emergentes capazes de aproveitar a demanda interna e a mudança no perfil de
consumo da sua população. O Brasil e o mundo passam por momentos históricos em
que decisões tomadas hoje impactarão fortemente o futuro. A primeira década
deste terceiro milênio ficará marcada pela crise financeira que tomou conta do planeta
e exigiu respostas rápidas e agressivas de suas principais economias. O que o
mundo está enfrentando no início deste século XXI é mais uma crise capitalista
como tantas outras que já existiram e tantas outras que ainda existirão.
FONTE: MARCOS ANTÔNIO DE PAULA.
Referências
Bibliográficas
http://economia.uol.com.br/ultnot/2008/10/10/ult4294u1 22/05/2012
http://www.dw.de/dw/article/0,,3737376,00.html 22/05/2012
http://www.cebela.org.br/site/artigo.
php?Cod=62 23/05/2012
http://dinheirama.com/blog/2009/08/27/ 23/05/2012
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http://www.esmesc.com.br/upload/arquivos/8-1260210179.PDF 24/05/2012
ARMADA, Charles Alexandre Souza. A crise capitalista e
suas oportunidades. Jornal de Santa Catarina. Blumenau, 23 março 2009.